quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A tão esperada travessia pelo estreito de Gibraltar



Após a viagem de duas horas e meia a bordo de um velho navio, atracamos em Marrocos. 

Chegamos por volta das 14h em Tanger (Marrocos), a travessia durou aproximadamente 3h, sem contar o atraso na partida (dizem que o atraso é normal por aqui). O navio é pequeno, se comparado aos de cruzeiros, e segue viagem lotado de marroquinos (turcos,  árabes e afins) com seus carros repletos de tranqueiras.

O engraçado foi vê-los espalhados pelo salão principal do navio. Todos literalmente largados, deitados no carpete do velho restaurante, dormindo durante a travessia. Para complicar, as janelas desse lugar são lacradas, impedindo a circulação do ar. Apesar da brisa fria lá fora, dentro do navio estava um “bafão”, parecendo uma sauna... Diante do precário cenário, resolvemos ficar na parte externa (mesmo com frio).

Neste navio tinha até uma mesquita, com um desenho onde indicava a direção de Meca em relação à posição de navegação, pois, dependendo do trajeto, os marroquinos poderiam rezar virados para o lado certo.

Durante a viagem aproveitamos para tirar um cochilo, mas fomos acordados ao entrarmos em águas marroquinas. Do alto falante do navio ouvimos uma reza muçulmana, que parecia uma canção... A tal reza, que durou por volta de 3 minutos, nos fez entrar no clima marroquino!!!

No desembarque em Tanger fomos barrados na imigração, pois ainda no navio, durante o percurso de travessia, deveríamos ter carimbado nossos passaportes com o agente que estava a bordo. E, como viajávamos na parte externa, não nos atentamos a esse “pequeno” detalhe!!! Tivemos que aguardar um tempo, dentro do navio, até que conseguíssemos os tais vistos.

Ao pisarmos no porto de Tanger, fomos insistentemente abordados pelos marroquinos. Eram nativos vindos de todos os lados oferecendo táxi, hospedagem, restaurante e até haxixe... Só faltava vender a “mãe”!!!  Eles não podem ver uma isca fácil (turistas de mochilão, como nós) que logo já colam e não desgrudam mais.

Queríamos pegar um taxi que nos levasse até o Íbis Moussafir, que fica há uns 14 km da cidade. Por precaução, perguntamos a um oficial que passava pelo porto, sobre a segurança em entrar naquelas Mercedes velhas (todos os táxis são modelo Mercedes, mas estão caindo aos pedaços!). Ele nos orientou a pegar somente táxis que tivessem a placa com o número do veículo (uma espécie de registro), pois com essa informação, não haveria problemas.

Então, ainda no porto, fomos ao ponto de táxi, mas o que encontramos foi um “charlatão” querendo nos dar o golpe. Primeiro negociamos o preço da corrida e, na hora de entrar no carro, ele queria nos colocar em um veículo comum, sem a placa de registro. Ah... malandroooo!!! Saímos fora e ele continuou gritando desesperadamente que não tinha problemas em fazer a corrida naquele carro.

Ao ver a cena, o colega dele se aproveitou da situação e veio correndo nos oferecer seus serviços, dizendo que ele tinha a tal placa em seu carro!!! Mas depois dessa, não queríamos nenhum deles nos levando ao hotel.

Fomos procurar outro ponto de táxi fora do porto, porém o sujeito continuou a nos seguir por uns 15 minutos, gritando desesperadamente de dentro do carro. Em alguns momentos ele até descia do carro tentando nos convencer. Nossa! Parecia até que éramos os únicos passageiros do mundo... Olha o que eles fazem por dinheiro!!!
      
Para se ter uma idéia, enquanto caminhávamos pela rua, vimos um deles pendurado na janela de um predinho, gritando para nos oferecer táxi e hospedagem... Desacreditamos!!! Depois de despistarmos tantos marroquinos insistentes, finalmente encontramos um ponto de táxi (quase) descente e conseguimos chegar ao Íbis... ufa!!!


Foto: Fla e Shigue – “Coca-cola?!”
 




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